24 de fevereiro de 2008

Fascínios

Egeu, Ago. 2005

No último post falei das minhas raízes, do campo, do verde. Sou isso mesmo, terra, mas tenho outro grande fascínio pelo mar e pelo seu imenso azul. Gosto de nadar e de mergulhar, de ficar por lá a apreciar aquela quietude, aquele mundo mágico. Em parte foi um gosto alimentado pelos programas do Jacques Cousteau, mais tarde confirmado quando tive oportunidade de experimentar o mergulho. Simplesmente fascinante!

E quando falo de mar e de mergulho falo também de barcos... Outra "panca". Um dos meus sonhos de viajante, ainda por realizar, é passar um mês completo a navegar pelo Mediterrâneo, com um grupo de amigos, aportando ao saber da maré e dos belíssimos encantos que este mar de história e de cultura nos oferece.

E o nosso país com uma costa destas, com uma tradição marítima ímpar à escala global, que tem a dizer do seu mar, dos estudos oceanográficos, do potencial científico e energético que representa? Nada, não é? Enfim... o costume. Temos o país que temos porque temos o povo que temos, desinteressado, pouco participativo e com muito pouca consciência cívica.

Aqui fica o meu contributo: a publicidade à abertura do site português da Greenpeace e à sua campanha dedicada à defesa dos Oceanos. Leiam, participem e divulguem.

17 de fevereiro de 2008

Raízes



Sempre que lá vou regresso virado do avesso. Aquela terra mexe comigo, tem a ver com a pessoa que eu sou, porque representa a história complicada de quem me deu vida. Não nasci lá, nunca por ali passei dias da minha infância, férias ou o quer que fosse. Não tenho memórias daquele lugar, tenho as dos outros que julgo guardar e reviver, com a paz e a distância que o sossego dos anos já me permitem. Viajei por lá muitas vezes através das histórias bucólicas e por vezes cinzentas que a minha mãe contava, satisfazendo a minha curiosidade de rapazinho em querer saber as razões da sua vida. Enfim, infâncias tristes, laços e nós complicados, marcas que a mim me doem por terem existido e por perceber que ainda existem. Certo é que no início dos meus vinte anos passei com mais atenção por aquele lugar e fiquei atraído por uns campos verdes cercados por um ribeiro, que em tempos pertenceram a meus avós. Tanto fiz que acabaram por ficar minha propriedade. Perguntaram-me e ainda me perguntam para que é que eu quero aquilo? Eu respondo: para meu conforto, para meu sossego, para arrumar um passado que acabou por também ser o meu, e arrumá-lo não debaixo do tapete, mas numa prateleira bem visível com a etiqueta a dizer "bem arquivado".

A ligação a esses prados veio a ser uma espécie de amor à primeira vista, que se sente e não se explica. Só mais tarde percebi a razão dessa química inicial e por ela quero-os para mim, para ser eu o seu guardião, ser eu a cuidar deles. Não quero que se percam no tempo, nem nas mãos de estranhos que desconhecem o seu imenso significado. Preciso deles para perpetuar a memória de quem um dia também acreditou que todo aquele imenso verde valia a pena, de quem dele fez mel, vinho, pão e fruta. Enfim... a memória do meu avó, que cedo morreu, e a memória da minha querida avó Emilinha que por esse motivo nunca mais aceitou o destino. Um destino muito amargo que também veio a ser o de uma criança, o da minha mãe. Por isso aqueles campos são parte da minha história, da minha identidade, sou eu. E em boa hora consegui que ficassem para mim, naltura ainda sem saber a razão que me movia, agora sei, sei muito bem!

É uma certeza reafirmada cada vez que lá vou e nos projectos que vou burilando para eles. Nas ideias que talvez um dia possa vir a concretizar. Quem sabe... Para já sei o suficiente. Sei que os desejo recuperar e manter. Mais, gostaria de poder cumprir aquela que seria a vontade do meu avó quando os comprou, a de os ampliar. Não sei o que o meu destino e a minha rota de viajante têm para mim, mas pressinto há muitos anos que esse caminho passa por aqueles campos e não vou fugir a isso.

Ah! E ao contrário do que alguns dizem "aquilo" não é passado. Aqueles campos lindos e férteis são futuro, e o lugar, ou melhor, a vila, chama-se... Vidago.

16 de fevereiro de 2008

Literalmente à espreita...


Varanda de Santorini (GR), Ago. 2005

9 de fevereiro de 2008

Bons tratos


Hmmm... como ia agora a calhar uma massagem de pedras quentes, num ambiente de incensos, à média luz, com música suave ou apenas ouvindo a água a correr, e sentir o relaxamento profundo que esta massagem oferece. Sou um viajante burguês, confesso, gosto de mimos e de bons tratos. À conta disso ando a namorar uma ida a Marrocos para experimentar os fabulosos hammans.

Os últimos dias foram exigentes, muito trabalho, muita pressão. Por isso não tive muito tempo para me dedicar a este outro ofício, o de viajante. Acabei tarefas que tardava a finalizar, entretanto avizinham-se algumas empreitadas inesperadas, mas que são bem-vindas, e, mesmo sem pedras quentes, tenho dado por mim a sorrir mais do que da conta. Ocorreu-me a imagem de uma lâmpada que lá vai cumprindo a sua função, até ao momento em que alguém resolve tirar a fina camada de pó que vai acumulando, fruto do passar do tempo ou da desatenção, e damos conta que afinal dá mais brilho, mais luz.
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Estou optimista, sinto-me bem, este novo ano do Rato que agora começou promete, estou mesmo a ver. Já era hora!

5 de fevereiro de 2008

Sorrisos pela manhã


Quinta das Sequóias, Sintra (Jun. 2007)

Por muito que a nossa casa esteja em obras é importante deixarmos as portas abertas. Facilita o andamento dos trabalhos, areja o espaço e sempre nos permite ir acompanhando o que acontece no exterior. De certeza que há um vizinho ou um viajante que se deixa conquistar pela curiosidade e bate à porta. Nesse caso, por que não seguir o costume transmontano de outros tempos e dizer: "Entre! Quem é?"
Olhem que resulta, faz sorrir e bem à alma. Eles sabiam bem o que faziam...

1 de fevereiro de 2008