27 de junho de 2008

R O M A



Arrivederci amici, ci sentiamo presto.
Domenica prossima partirò per Roma.

Un caro saluto a tutti voi.

22 de junho de 2008

Dolce fragole


@ Viajante (Abr. 2008)

Tenho andado meio arredado daqui ocupado entre as emergências familiares recentes e o terminus da demorada investigação do meu doutoramento, que me permitirá iniciar a não menos penosa e longa caminhada da sua redacção. Comprometi-me ter esta etapa concluída antes de ir de férias, nos inícios de Agosto, e aqui estou a declará-lo urbi et orbi. Depois, carregadas as energias com muito sol, praia, chillout e bons tratos, mergulharei nas águas profundas e nas correntes normalmente imprevisíveis que envolvem a escrita de uma tese. Digo-o com algum frio na barriga pois sei o que isso significa: dias e dias fechado, concentrado ou a tentar concentrar-me, por vezes alienado, com dez ou doze horas de computador diante dos olhos, cansaço, desespero, satisfação, enfim aquela tortura agridoce que caracteriza o acto de escrever. Custa, custa muito, mas nos fim sabe muito bem. Por uma questão de sanidade mental terei de vir à superfície oxigenar (e se não vier chamem-me, por favor), por isso continuarei a andar por aqui. Se este canto foi útil para ultrapassar uma fase menos boa do meu caminho, estou certo que também o será para a dobragem de mais este cabo que é o da Boa Esperança. Ah sim, é que depois, vá para norte ou para sul, ninguém me apanhará :)

Encerro portanto a fase final da pesquisa com mais uma deslocação de trabalho a Roma, mais propriamente ao arquivo do Vaticano (agora só parcialmente secreto) e a algumas bibliotecas da Cidade Eterna. Durante dez dias andarei por aquele mundo louco que já foi o meu durante dois anos consecutivos e do qual nunca me conseguirei desligar, nem quero! Ficou-me na pele para sempre. Se conseguir encontrar um ponto de acesso livre à net dar-vos-ei notícias da minha estadia. E se esta decorrer como de costume terei muito que escrever por aqui. Por falar nisso, lembrei-me de umas certas crónicas que escrevi para cá, há uns seis anos atrás, na sequência de uma idêntica incursão de trabalho, e que fizeram as delícias dos amigos. Houve até quem as reunisse numa espécie de best of...

A ver vamos se os romanos continuam loucos e as romanas lindas de encantar. É certo que o género Sofia Loren já era, de qualquer modo distingue-se a milhas una vera ragazza romana o napolitana ;) Até aterrar no aeroporto Leonardo da Vinci, em Fiumicino, falta precisamente uma semana exigente com a preparação do trabalho a realizar. O tempo cá e lá será contado ao minuto, não me posso esquecer que tenho este compromisso comigo mesmo, acabar a via-sacra da tese para poder despreocupadamente comemorar o dia mais longo do ano e saborear em pleno os doces morangos de uma noite mágica de solstício de Verão.

17 de junho de 2008

De mãos dadas


(c) Carlos Lopes Franco, 2008

Depois de várias tentativas frustradas consegui conversar como deve de ser com a minha mãe coragem. Precisava de perceber ou de ter a certeza dos motivos da tristeza e da apatia em que mergulhou desde há uns tempos a esta parte. E quem sabe conseguir ajudá-la a falar de si, coisa difícil, muito difícil, o seu calcanhar de Aquiles de sempre. Fez a resistência habitual mas lá consegui que começasse a abrir-se aos poucos. Fez-lhe bem, fez-nos bem.
No meio da conversa, e ao meu apelo para fazer novos amigos, se não mesmo para refazer o seu quase inexistente círculo de amizades, vieram-lhe as lágrimas aos olhos e disse-me, num tom de criança abandonada que me trespassou o coração: eu tenho medo de voltar a acreditar em alguém...

Foram muitos anos a fazer bem a tanta gente e contam-se pelas palmas de uma mão aqueles que não a usaram. A minha mãe coragem tem hoje 61 anos, a virtude de sempre ter ajudado demasiado os outros e o defeito de quase sempre se ter esquecido de ela própria. Sente-se cansada, só, traída, injustiçada, descrente. Não a censuro, bem sei que tem motivos de sobra para se sentir assim, mas estou consciente que este quadro depressivo pode ser muito perigoso nesta idade. Vai precisar de muito colo para voltar a sentir que vale a pena continuar. Eu preciso que ela não desista para eu não desistir também.

Para já pedi-lhe que prometesse a si mesma que de hoje em diante ELA passaria a ser a prioridade. O resto virá depois, de mãos dadas.

16 de junho de 2008

Essências


@ Viajante (Abr. 2008)

Hoje atravessei meio Portugal, de Coimbra até Vidago, constatei um país adormecido por aquela chuva mansa que só escolhe o domingo para cair e inebriado pelo europeu de futebol. Um cenário atípico para meados de Junho mas próprio de uma sociedade que se alimenta apenas da espuma dos dias.
Cansado e de regresso a casa, com banho tomado e projectos de remanso no sofá, consegui contrariar os infindáveis directos e especiais dos pseudo comentadores da nova ciência futebolística e espreitar a RTP2. Ganhei o dia! Foi uma hora e pouco de puro deleite, seguindo o programa Câmara Clara, hoje dedicado aos 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa e tendo a octogenária Germana Tânger como convidada especial. Esta grande senhora da arte de dizer poesia, que privou com Teixeira de Pascoaes, Almada Negreiros, José Régio, Natália Correia, conheceu Vieira da Silva e tantos outros vultos da nossa cultura do século XX, numa lição de humildade e grande sabedoria, agradeceu à Paula Moura Pinheiro no final do programa pegando-lhe nas mãos e dizendo "foi uma conversa tão espontânea, tão animada. Afinal viver é isto, obrigada".

10 de junho de 2008

10 anos depois


@ Viajante (Abr. 2008)

A minha varanda sobre a cidade está de novo em festa. Se no dia da inauguração pedi branco de paz, de luz, de amor, hoje pinto o meu blogue de verde, de verde esperança das folhas que metaforicamente compõem as PÁGINAS deste dez anos loucos, como só eu sei ser... Foram anos em que nunca desisti de lutar por ser mais e melhor. Se consegui, não sei, sei que a estrada já vai a meio e que quero continuar a caminhar. Foram anos cheios, com quase tudo o que faz uma VIDA cheia, com amor, alegria, tristeza, dor, prazer, mágoa, perdão, paixão, amor, desilusão, amizade e tantas mais "coisas". Certezas só tenho uma, que tenho outro tanto para viver (porque não pensar assim), por isso pinto o meu dia de verde, de verde esperança, por outro tanto de mais e melhor.

5 de junho de 2008

Ele há dias assim

@ Viajante (Abr. 2008)

No espaço de 24 horas recebi dois telefonemas insólitos: um a pedir uma entrevista sobre o meu trabalho académico e um outro a anunciar, ainda para este mês, o lançamento na FNAC de um livro de que sou coordenador. Para quem está a atravessar o deserto e a quem nada acontece de mão beijada é no mínimo para estar moderadamente satisfeito. Sim, porque já se sabe que quando a esmola é grande o santo desconfia. Ó se desconfia...
Pelo sim pelo não vou manter o telefone ligado, não vá o próprio ministro querer formalizar aquilo que as más línguas têm apregoado aos sete ventos: que "ele" anda a preparar a candidatura a director do museu... Eu cá preferia que os telefonemas tivessem o prefixo internacional, pelo menos ficaria mais crente que não se trataria de mais um efémero ataque do pavão lusitano. É que no resto do ano os dias estão longe de ser assim...

3 de junho de 2008

Dança do Sol (II)


@ Viajante (2004)

Faltam sete dias para o 10 de Junho. Toca a aquecer os motores, o santo das chaves capitulou: HABEMUS SOL!
As inscrições estão abertas para a festa da varanda, ainda há lugares disponíveis.
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Aviso: é preciso que as tropas se cheguem para acertarmos os bebes e os doces.