30 de dezembro de 2006

PQP para 2006, viva 2007!!!


Santorini (Gr), Ago. 2005

Faço minhas as palavas de Clara Ferreira Alves ao ser interpelada sobre o que poderia fazer de 2007 um bom ano:
"Um grande ano de 2007 seria aquele em que deixássemos de ter o desejo, a necessidade, a obrigação, o nojo de partir" (Expresso, 30/12, pp. 20-21).

Da minha parte peço saúde para conseguir trabalhar muito, muito, muito, de forma a cumprir um objectivo que arrasto há anos. Esse é o meu desígnio para o próximo ano. Como "recompensa" por esse esforço espero receber um convite para partir. Para que isso não aconteça, além de saúde precisava de um pouco de sorte, mas já não arrisco pedir tanto.

Bebam ao ano novo e PQP para o ano velho!

27 de dezembro de 2006

Tempo


O meu bonsai fez 10 anos este mês, Dez. 2006

INTERLUDE

Time is like a dream
Now, for a time
you are mine.

Let's hold fast,
to the dream,
that tastes and sparkles like wine.

Who knows if it's real,
or just something we're both... dreaming of.

What seems like an interlude now,
Could be the begining of love.

Loving you, is the world that's strange,
So much more than my heart can hold.
Loving you makes the whole world change.
Loving you, I could not grow old.

No-nobody knows,
When love will end,
so'til then, sweet friend.

Time is like a dream
and, now, for a time,
you are mine.

Let's hold fast,
to the dream,
that tastes and sparkles like wine.

(George De La Rue & Hal Shaper)

26 de dezembro de 2006

A besta humana

Quem quiser continuar a fazer de conta que não vê, que não sabe, que não existe ou que não pode fazer nada, continue.
Quem quiser aproveitar para reflectir e agir, deixo aqui matéria de sobra para esse efeito.

Faltam quatro dias para o começo de um "novo" ano.



Lixeira de Guiyang, Sudoeste da China, 24 Dez. 2006 (China Daily/Reuters)


Winter collection for dogs. Fashion show, Moscovo, 1 Dez. 2006 (China Daily/Reuters)

23 de dezembro de 2006

É Natal...


Mai. 2006

Isto é o que vejo e isto é o que sinto.
E este é o meu
voto, não só de hoje, mas de todos os dias.

Experimentem, acendam também uma vela e ofereçam a vossa luz.

Feliz Natal!

22 de dezembro de 2006

À beira de um qualquer lago


Terra dos Mil Lagos, Finlândia, Jun. 2003

Um dos poucos locais do mundo em que senti uma paz perturbadora, quase surreal. Achei aquilo tudo calmo demais, monótono demais: lago, lago, bosque, bosque. Agora sei que não percebi nada da verdade daquela terra. Se pudesse era para lá que ia passar estes dias.

21 de dezembro de 2006

Parabéns Madame R !


Jardins de Peterhof, S. Petersburgo (RU), Jun. 2003

Que tenha um excelente dia, se possível ainda melhor do que aquele que passámos em Peterhof.
E não se esqueça de comemorar em grande, como merece. Para si Madame R, tudo!

20 de dezembro de 2006

Estado de alma...


Casa dos Peixes Vermelhos, Camposa, Maia (PT), Dez. 2006

Regressei, talvez um pouco nostálgico e ainda mais voltado para mim mesmo. Deve ser do frio que me empurra para a lareira mais próxima, deve ser a minha alma a querer deixar-se embriagar horas a fio pelo crepitar do lume.

Preciso desse tempo, preciso desse calor e de um qualquer abraço que me faça acreditar que não nasci destinado a proteger os outros e a desproteger-me a mim mesmo.
Preciso absolutamente paz. Nada mais, de paz...

19 de dezembro de 2006

Distância


Algures à beira de um canal, Veneza (IT), Mai. 2005

Deambular é um alimento para mim, principalmente em ocasiões que exigem uma reflexão séria. Ajuda a reconciliar-me com a vida, com as pessoas, comigo mesmo. Ajuda a projectar novos rumos, a seguir em frente. Para isso, basta afastar-me, não importa como nem para onde, e obrigar-me a olhar as coisas de outra maneira. Nem que seja através da forma que elas ganham ao serem reflectidas pela água parada de um canal.

16 de dezembro de 2006

Até já,! Mesmo já! Mesmo, mesmo já!


Bosque de Versailles (FR), Set. 2005
Une hommage às decapitadas deste mundo.
A culpa é da S. Coppola, claro!


E como o vento e o sol estão de feição, vou aproveitar e zarpar por esses caminhos durante uns dias. Depois vos contarei.
Fiquem bem e não se iludam com o Natal, no dia seguinte já nos estarão a impingir o Carnaval.

15 de dezembro de 2006

Bom dia!


Lousã (PT), Abr. 2006

Finalmente apeteceu-me abandonar o casulo. É o grato resultado da ida absolutamente urgente mas sempre adiada às profundezas de uma piscina. E como me faz bem nadar debaixo de àgua, ficar lá de um lado para o outro à procura de mim mesmo ...

E qual cereja em cima do bolo, hoje o dia convida mesmo a sair, está frio mas o sol conforta. Apeteceu-me revisitar estes caminhos, já tão raros por estas nossas terras, onde só se ouve o essencial, onde só se fala o essencial, onde só se encontra o essencial.

Memórias...

... de um piano que tocava só para mim. Grazie !

13 de dezembro de 2006

Depois da tempestade


Maceió (BR), Ago. 2003

Lembro-me de amanhecer com a melodia dos pássaros
compassada pelo ondular das folhas dos coqueiros.
Lembro-me do sol quente e do mar azul turquesa
enlaçados na areia molhada.
...
Lembro-me do menino que me procurou pelo grande pássaro de ferro, que me tinha levado até ali.
Lembro-me das suas mãos pequenas quererem agarrar o mundo sem conseguirem agarrar nada.
...
Lembro-me de ver naquele rosto meigo as marcas do carvão com que ele assava os seus dias de menino-homem.
Lembro-me que me fez sorrir e amar, depois do medo da chuva, do vento, da vida, do nada.
...
Todos os dias ao acordar devia lembrar-me do cantar dos pássaros e do rosto do menino que me deu tudo e não me pediu nada.

A felicidade


Céu de Maiorca, Ago. 2004

(...)
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
(...)

Vinicius de Moraes

11 de dezembro de 2006

Amizade


Camposa, Maia (PT), Dez. 2006

A porta de vossa casa é azul,

assim como vocês são,
tal como eu gosto de ser.

Abraço apertado,
Viajante

Acredito...


Relógio de sol, Palácio da Justiça, Paris (FR), Set. 2005

... e tenho esperança que assim será!

8 de dezembro de 2006

Mater


O Amarílis cá de casa, Jun. 2004

Apesar de terem conseguido mudar o calendário não conseguiram mudaram os costumes, pelo menos os meus. O dia de Nossa Senhora da Conceição será sempre para mim o dia da mãe.
Aqui fica o meu tributo, em particular para aquelas que são esquecidas pelos filhos.

7 de dezembro de 2006

Ritorno a Francesco


Algures num campo em Assis (IT), Jun. 2002

"Comece por fazer o que é necessário, depois o que é possível e de repente estará a fazer o impossível" (S. Francisco).


6 de dezembro de 2006

O vento mudou, está de sudoeste!


Lips (Vento de Sudoeste). Torre dos Ventos (séc. II a.C.)
Monastiráki, Atenas (GR), Ago. 2005

Lips prenuncia uma boa viagem e agarra com firmeza o aphlaston,
o leme do barco.

5 de dezembro de 2006

Chuva, chuva e mais chuva!


Moura (PT), Dez. 2004

Definitivamente não é só o povo a apresentar sinais evidentes de indecisão.
O tempo está na mesma, vai oscilando entre a canícula do deserto do Saara e o dilúvio nostálgico da Irlanda tecnológica.

Agora percebo por que é que o slogan "vá para fora cá dentro" veio para ficar.


Slow Food...


1800 Bar-Restaurant, Oia (GR), Ago. 2005

Já ouviram falar nisto? Se não espreitem aqui.

Parece-me um excelente conceito para aplicar num futuro projecto gastronómico...
E com esta me fico, bons sonhos, ou melhor, boa degustação!

3 de dezembro de 2006

Domingo aquele dia...!

Os domingos sempre foram para mim dias complicados.

Talvez por criar demasiadas expectativas sobre eles. Talvez por ser o dia da semana em que geralmente a família e os amigos se reúnem, seja à volta de uma mesa bem recheada, seja a pretexto de um passeio, de uma visita ou simplesmente para conversarem sobre tudo e sobre nada. Certo é que raramente fui brindado com esta trilogia da felicidade. E faz tão bem conversar horas a fio na companhia de um bom vinho, de uma qualquer iguaria preparada para a ocasião e de uma lareira que nos aquece a memória e a alma. Sem pressas de fugirmos de nós próprios, sem silêncios, sem ausências, sem temas proibidos.


Entendo igualmente o domingo como um dia perfeito para visitar calmamente um museu, uma exposição, um jardim, uma determinada zona da nossa cidade que nunca calhou conhecermos.
Pena que a esmagadora maioria das actuais urbes desta nossa Lusitânia adiada prefiram glorificar os centros comerciais, esses espaços de passeio, convívio e de satisfação, onde encontramos tudo e todos mas no fundo não encontramos nada nem ninguém.

Enfim... domingo é aquele dia em que nos devíamos obrigar a viajar. O dia em que nos devíamos obrigar a conhecer a nós e aos outros um bocadinho mais.


2 de dezembro de 2006

Flores de Neve


Casa das Palmeiras. Schönbrunn, Viena (AT), Set. 2005

Alguém hoje me falava em Viena.

Recordarei sempre, com grande afecto, aquele primeiro passeio pelo Palácio de Schönbrunn, numa manhã gelada de Março.

Acho que nunca tinha passeado num jardim com a minha mãe.

Dou-vos um conselho, vão. Mas, pelo sim pelo não, vão na Primavera!

1 de dezembro de 2006


Santorini (Gr), Ago. 2005


OFÍCIO DE VIAJANTE

procurei dentro de ti o repercutido som do mar
a voz exacta das plantas e um naufrágio
o deslizar das aves, o amor obsessivo pelos espelhos
o rumor latejante dos sonhos, as cores dum astro explodindo
o cume nevado de cada montanha
difíceis rios, os dias

vivi talvez em Roma
no tempo em que ali chegavam os trigos da Sicília e os vinhos raros das ilhas
a fama remota dos ladrões de Nuoro

todo o meu corpo estremeceu ao mudar de voz
cresci com o rapaz, embora nunca tivéssemos sido irmãos
e quando ficámos adultos para sempre
alguém lhe ofereceu o ofício de viajante

eu morri perto de Veneza
e quando atirava pedras aos pássaros sempre me ia lembrando de ti

AL BERTO (1948-1997)
O Medo