@ Viajante (Abr. 2008)Tenho andado meio arredado daqui ocupado entre as emergências familiares recentes e o
terminus da demorada investigação do meu doutoramento, que me permitirá iniciar a não menos penosa e longa caminhada da sua redacção. Comprometi-me ter esta etapa concluída antes de ir de férias, nos inícios de Agosto, e aqui estou a declará-lo
urbi et orbi. Depois, carregadas as energias com muito sol, praia,
chillout e bons tratos, mergulharei nas águas profundas e nas correntes normalmente imprevisíveis que envolvem a escrita de uma tese. Digo-o com algum frio na barriga pois sei o que isso significa: dias e dias fechado, concentrado ou a tentar concentrar-me, por vezes alienado, com dez ou doze horas de computador diante dos olhos, cansaço, desespero, satisfação, enfim aquela tortura agridoce que caracteriza o acto de escrever. Custa, custa muito, mas nos fim sabe muito bem. Por uma questão de sanidade mental terei de vir à superfície oxigenar (e se não vier chamem-me, por favor), por isso continuarei a andar por aqui. Se este canto foi útil para ultrapassar uma fase menos boa do meu caminho, estou certo que também o será para a dobragem de mais este cabo que é o da Boa Esperança. Ah sim, é que depois, vá para norte ou para sul, ninguém me apanhará :)
Encerro portanto a fase final da pesquisa com mais uma deslocação de trabalho a Roma, mais propriamente ao arquivo do Vaticano (agora só parcialmente secreto) e a algumas bibliotecas da Cidade Eterna. Durante dez dias andarei por aquele mundo louco que já foi o meu durante dois anos consecutivos e do qual nunca me conseguirei desligar, nem quero! Ficou-me na pele para sempre. Se conseguir encontrar um ponto de acesso livre à net dar-vos-ei notícias da minha estadia. E se esta decorrer como de costume terei muito que escrever por aqui. Por falar nisso, lembrei-me de umas certas crónicas que escrevi para cá, há uns seis anos atrás, na sequência de uma idêntica incursão de trabalho, e que fizeram as delícias dos amigos. Houve até quem as reunisse numa espécie de
best of...A ver vamos se os romanos continuam loucos e as romanas lindas de encantar. É certo que o género Sofia Loren já era, de qualquer modo distingue-se a milhas
una vera ragazza romana o napolitana ;) Até aterrar no aeroporto Leonardo da Vinci, em Fiumicino, falta precisamente uma semana exigente com a preparação do trabalho a realizar. O tempo cá e lá será contado ao minuto, não me posso esquecer que tenho este compromisso comigo mesmo, acabar a via-sacra da tese para poder despreocupadamente comemorar o dia mais longo do ano e saborear em pleno os doces morangos de uma noite mágica de solstício de Verão.